O adenocarcinoma da vesícula biliar é a neoplasia maligna mais comum da vesícula biliar, está frequentemente associado colelitíase (cálculos ou pedras na vesícula), lesões polipóides, anomalias anatômicas das vias biliares, entre outras. Apesar de poder ser suspeitado no pré-operatório, a forma mais comum tem sido o achado incidental após colecistectomia para doença benigna (colelitíase com ou sem colecistite aguda). Clinicamente o paciente pode ter sintomas chamados de inespecíficos (dor após ingesta alimentar, plenitude, náuseas), raramente pode apresentar perda de peso ou icterícia (olhos amarelos), por exemplo. Os exames de imagem (tomografia ou ressonância nuclear magnética) podem identificar imagem sólida (ou pólipo) na vesícula, associada ou não aos cálculos. Os pólipos da vesícula maiores ou iguais a 10 mm devem ser retirados (através de colecistectomia videolaparoscópica, por exemplo).
No achado incidental é importante que todo os pacientes submetidos a colecistectomia tenham a vesícula biliar examinada ainda no intraoperatório para identificação de sinais de câncer de vesícula. Da mesma forma a peça cirúrgica deve ser encaminhada para estudo histológico de rotina. Uma vez confirmado câncer da vesícula, o estadiamento histológico deve ser realizado, bem como uma avaliação pré-operatória (que deve incluir um exame de imagem, tomografia, ressonância ou um PET-CT) para avaliar a extensão da doença (presença de metástase, linfonodos etc.). Esses pacientes devem ser avaliados por um cirurgião com experiência em cirurgia de fígado e vias biliares. O tratamento cirúrgico (reoperação) deve ser realizado nos pacientes com doença histológica pT1b ou superior. O procedimento cirúrgico mais comumente utilizado é a linfadenectomia, associada à hepatectomia dos segmentos IVb/V, com ou sem ressecção da via biliar principal.
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